Como início de um blog, dedicado à Causa Real, nada mais indicado que um texto, publicado no iol Diário, sobre o princípio de um certo hiato que vivemos e sentimos como povo, princípio esse que, por Portugal, deverá ter um fim.
D. Manuel II foi um monarca «atento, preocupado, cauteloso, mas não um tonto, piedoso e orientado pela mãe», como acusavam os republicanos, sustenta a historiadora Maria Cândida Proença, autora de uma biografia do último Rei de Portugal.
«D. Manuel II era um moderador, cauteloso sem dúvida, e profundamente preso ao juramento que fizeram à Carta Constitucional, a 06 de Maio de 1908, quando assumiu a coroa», disse a investigadora Maria Cândida Proença à agência Lusa.
A historiadora afirmou que o monarca «não era o tonto que a propaganda republicana pretendeu fazer dele», e lamentou o facto «da sua personalidade e acção serem pouco conhecidas dos portugueses que fazem dele uma outra ideia». A sua curta acção política como soberano, de 1908 a 1910, «demonstra preocupação com o país».
«Estudava as pastas até altas horas da noite, e era atento à situação política, pois tentou travar o avanço republicano, ao fazer uma aliança com os socialistas, procurando cativar para a Coroa as massas populares e o operariado».
Para esta biografia que levou cerca de seis meses a concretizar, a historiadora utilizou dois fundos documentais inéditos, o espólio de D. Manuel II e o que se encontra depositado na Associação Cultural da Casa de Sabugosa e S. Lourenço.
«Estes documentos dão, por exemplo, novas pistas relativamente ao Pacto de Dover que estabelece a pretensão ao trono [assinado em 1912 pelos dois ramos da família de Bragança]».
Relativamente a esta biografia, agora editada pela Temas & Debates, Maria Cândida Proença afirmou que procura «ser esclarecedora relativamente à ideia feita do monarca pela propaganda republicana, traz novos dados da sua atitude política durante o exílio em Inglaterra, e a sua acção na Cruz Vermelha Internacional».
«D. Manuel tinha um grande amor a tudo o que era português e teve sempre em primeiro plano os interesses patrióticos e dos portugueses, e não os seus», acrescentou.
D. Manuel II assumiu a trono aos 18 anos, após o assassinato do pai, o Rei D. Carlos, e o seu irmão mais velho, D. Luís Filipe, a 01 de Fevereiro de 1908, interrompendo a sua carreira naval à qual estava predestinado.
A 04 de Setembro de 1913 casa em Singmaringen (Alemanha) com a princesa Augusta Vitória de Hohenzollern-Sigmaringen, sua segunda prima, pois ambos eram bisnetos da Rainha D. Maria II e do príncipe consorte D. Fernando. O Rei morreu a 02 de Julho de 1932 em Twickenham (Inglaterra) não deixando descendentes, assumindo a pretensão ao trono, de acordo com o Pacto de Dover, D. Duarte Nuno de Bragança, neto de D. Miguel I.
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